Meu tio Alípio, fumante de uma vida, anunciou que parou de fumar. Ouvi isso assim, na lata, em plena festa de aniversário de Mai, minha prima, filha dele. Perguntei:
- Mas tio, você não sente falta de nada?
(Pausa reflexiva)
- Sinto.
(Pausa de curiosidade)
- Você sente falta do quê?
Sinto falta do meu pai.
(Pausa de indignação)
- Sei, sei, mas isso não tem lhe causado nenhum mal-estar?
(Silêncio provocativo)
- A falta do cigarro ou do meu pai?
(Pausa de aporrinhação)
- Não, nada, que ótimo que parou de fumar!
E ele riu, como sempre, sabendo que conseguiria me pirraçar a festa inteira.
18 de out. de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário